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CAIO GRACO MAIA
(BRASIL – BAHIA)
Nasceu sem 1993, em Salvador, Bahia.
Doutorando em filosofia pela Universidade Federal de Sergipe (U FS), com pesquisa em filosofia da arte e literatura.
Escreve poesia de quando em quando e tem alguns textos publicados em páginas de literatura na internet e em antologias: As luas: o amor e sua variações (2020) e
80 balas, 80 poemas (2020).
DANIEL, Claudio. NOVAS VOZES DA POESIA
BRASILEIRA. Uma antologia crítica. Capa: Thiti
Johnson. Cajazeiras: Arribação, 258 p.
ISBN 978-85-6036-3333365-6
Exemplar biblioteca de Antonio Miranda
1.
atrás cerne
avesso para o que via era o jeito de engolir as
coisas e não conhecia outro senão esse. ser
avesso. buscou a cura. falou com o pastor lhe
tirasse a malha da boca uma catástrofe. mas-
tigava mastigava que sobre a crina dois ho-
mens irresistíveis bonitões assim calham de
não ter osso para lhes coçar as costas. um le-
vanta a carne é bela e se tu me comes ossos
sobrarão à vontade mas é preciso um agradi-
nho. então a mão arranque para que eu a co-
ma para que eu me agrade. era tudo armada.
percebendo a prosa emaranhada o pastor as-
sim começa que é imersa a avessidade da ma-
teria. era tudo armada. os dois homens selam
acordo que coceira é nada que nem se vê e a
avessividade da matéria debanda em seu ca-
valo de onde encontra a cura mais enxuta.
2.
fogobaixo
o
derram
ament
o
breque passando osso
vermelho não-vou-ou-posso
pilsen negro e copo a cru
redansar nãodansar
de um que choramorde a um
e mastiga a cantiga
3.
paralisia
um olho frouxo e só
cinturas para beber
DEVO ABRIR UM CORAÇÃO VERDE
tomado a juro cozido
verde
para o cão que extirpou meu sonho sentado
conjurei um rabo
era ouro
a pele junta ao Gondwana
um osso dágua
morno e morto
paralisia
puro mel nas asinhas mas
MEU MELHOR RISO COMERÁ MINHA BOCA
sobrando
*
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Página publicada em setembro de 2024
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